Após a divulgação de vários indicadores de desempenho da economia nacional e internacional nas últimas semanas, ficaram menores as projeções de crescimento do PIB brasileiro em 2006 e 2007. Para este ano, essa previsão foi revista de 3,5% para 3,2%. Para o próximo exercício, reduziu-se o incremento da economia brasileira de 4,0% para 3,7%.
Os principais fatores que pesaram nesse sentido foram:
Setor Externo: em setembro, houve forte declínio do preço das commodities no mercado externo, o que deverá resultar na desaceleração do crescimento da receita das exportações brasileiras, sobretudo no próximo ano. Com isso, o saldo da balança comercial de 2007 deverá recuar cerca de US$ 8 bilhões em relação a 2006, situando-se em US$ 35 bilhões.
Agronegócio: a safra de verão do próximo ano está irremediavelmente comprometida, o que deve levar, entre outros efeitos, à diminuição das exportações de soja, um dos principais itens da pauta brasileira. Desse modo, em 2007, à exemplo do ocorrido em 2006, o PIB Agrícola deverá ter modesta evolução, inibindo o crescimento de setores fornecedores de insumos e serviços para a lavoura.
Nível de atividade 1: a desaceleração do crescimento da produção no segundo trimestre foi mais intensa do que a esperada, gerando alguma elevação da ociosidade, o que deverá resultar em certa inibição do crescimento dos investimentos no final de 2006 e no primeiro semestre de 2007.
Nível de atividade 2: em linha com o exposto acima, o volume de vendas do varejo mostrou relativo enfraquecimento nos últimos meses, limitando seu crescimento à taxa de 4,2% em 2006. No primeiro semestre, a previsão era que o comércio varejista teria, neste ano, crescimento de 6,0%.
Nível de atividade 3: é nítida a percepção de que o Governo Federal, em 2007, deverá empreender um aperto nos gastos públicos para atingir o superávit primário de 4,25%, sobretudo após a elevação das despesas correntes no atual exercício.
Como resultante dos fatores mencionados acima, estima-se que:
O PIB agrícola cresça 1,7% em 2006; e 2,5% em 2007. O PIB industrial aumente, respectivamente, 3,8% e 4,0%. E o PIB de serviços tenha incremento de 3,2% e 3,7%, respectivamente.Nestes respectivos anos, de 2006 e 2007, sob a ótica da demanda, esperam-se os seguintes resultados: exportações crescem 1,6% e 0,9%; importações, 12,2% e 9,5%; consumo das famílias, 4,0% e 4,6%; consumo do governo, 1,8% e 1,1%; e investimentos 4,8% e 5,9%.