MARCEL PEREIRA

06 outubro 2006

Uma Nova Cara no Legislativo e nos Governos Estaduais

As eleições para a Câmara e o Senado trouxeram um quadro bastante complexo à administração da próxima gestão presidencial, seja ela qual for. Na Câmara, os partidos que conseguir maior votação foram PMDB e PT (coligação governista); no Senado ficaram com a maioria o PFL e o PSDB (coligação oposicionista). Será necessária a costura de muitos acordos para a garantia de uma boa governabilidade, porém, isso não deverá ser problema para um País em que há muitas décadas vive a constante realidade da costura de acordos.
O balanço final no Legislativo parece ter mais sinais positivos do que negativos. Apesar do sucesso de alguns nomes envolvidos em escândalos de corrupção, foi bastante elevada, para padrões brasileiros, a taxa de renovação em ambas as casas. O alto coeficiente de renovação foi a melhor das notícias para um País politicamente desgastado por seguidos escândalos.
Para Lula, a melhor notícia foi a volta de grande parte de sua “Guarda Palaciana”. Se reeleito, o papel estratégico de Palocci, Genoino e cia no Congresso, terá grande importância.
As eleições estaduais deram duas importantes vitórias, já em primeiro turno, para o PSDB. A eleição de José Serra, em São Paulo, e de Aécio Neves, em Minas Gerais, foram amplas e deram ao partido um importante poder de liderança. O partido também se fortaleceu com a ida de Yeda Crusius para o segundo turno no Rio Grande do Sul, onde ela medirá forçar com Olívio Dutra do PT, espelhando a bipolarização da corrida presidencial. A candidata do PSDB parece ser a favorita. Se vencer, dará ao PSDB a liderança de três dos quatro estados mais ricos da Federação.
Dos 4 estados economicamente mais fortes, só no Rio de Janeiro as possibilidades do PSDB são mais remotas. Denise Frossard sai atrás de Sérgio Cabral, do PMDB, que esteve perto da vitória em primeiro turno.
Já o PT, elegeu quatro governadores em primeiro turno: Bahia, Acre, Piauí e Sergipe. Para o segundo turno suas maiores esperanças deverão estar focadas no embate no Rio Grande do Sul contra o PSDB.
A nossa leitura do resultado das eleições estaduais é bastante positiva. Houve um novo corte político, com a queda de algumas velhas lideranças (sobretudo no Nordeste). A tendência parece ser a de se reforçar e melhorar o plano local, em um processo de aproximação às bancadas em Brasília.O perfil da maioria dos candidatos eleitos, sobretudo os que já demonstraram na história política brasileira ter maior liderança, embute um maior comprometimento com a responsabilidade fiscal e com qualidade de gestão
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1 Comments:

  • Oi Pereira, já sou um dos leitores dos seus artigos. Parabéns!
    Telmo Lopes
    São Paulo

    By Anonymous Anônimo, at 11:06 AM  

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