MARCEL PEREIRA

11 setembro 2006

Inflação sob controle é trunfo para a reeleição de Lula

Os últimos resultados das taxas de inflação ao consumidor no Brasil ratificam um estado de estabilidade, principalmente no que se refere aos preços para aquela que deveria ser o foco de toda e qualquer política econômica: a grande massa de baixa renda.

É o que confirma o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), assim como o IPCA, também calculado pelo IBGE, cuja pesquisa coleta dados nas seis maiores regiões metropolitanas do país junto às famílias com rendimentos mensais de até oito salários-mínimos, que acumula variação de 2,85% nos últimos doze meses. O Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pelo DIEESE (departamento intersindical) na região metropolitana de São Paulo junto a famílias com rendimentos mensais de até dez salários-mínimos, acumula variação semelhante, de 2,46% nos últimos doze meses. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela FIPE na região metropolitana de São Paulo junto a famílias com rendimentos mensais de até vinte salários-mínimos, acumula variação ligeiramente menor, de 2,11% nos últimos doze meses. O Índice de Preços ao Consumidor calculado pela Fundação Getúlio Vargas (IPC-BR) na região metropolitana de São Paulo junto a famílias com rendimentos mensais de até trinta e três salários-mínimos, também acumula variação baixa, de 2,41% nos últimos doze meses. E o IPCA, também calculado pelo IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas, só que englobando famílias com rendimentos mensais de até quarenta salários-mínimos, acumula a variação em doze meses mais alta de todos os índices ao consumidor: 3,84%. Porém, o acumulado mais baixo desde junho de 1999.
Todos estes indicadores comprovam que a inflação está sob controle.
A análise dos sub-grupos do IPCA também endossa o argumento de que a estabilidade dos preços é o trunfo eleitoral para a corrida presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. O sub-grupo “mais leve” é alimentos e bebidas, que acumula uma variação nula (0%) nos últimos doze meses. Se há dez anos o pilar do Plano Real era o argumento de que ele permitiu ao pobre ter acesso a um frango mais barato para acompanhar o arroz, o feijão e a farofa nas refeições. Agora este mesmo pobre consegue substituir o frango pela carne ao ritmo da deflação dos alimentos. Eis o milagre da popularidade de Lula!Dentre os demais sub-grupos, ainda destacando o acumulado em doze meses, do “mais leve” para o “mais pesado” na cesta tem-se a inflação de 4,51% na habitação, de 5,68% no vestuário, de 6,20% em transportes, de 6,33% em saúde, de 6,05% na educação e de 6,87% em despesas pessoais.