Preço do petróleo se acomodará em novo patamar
O preço do petróleo encontra-se sob grande volatilidade e freqüentes ataques especulativos desde junho de 2004, quando o produto era comercializado na faixa de US$ 32/barril. Nos últimos meses, sustentava-se em patamar acima de US$ 70/barril, indicando haver pouca “flexibilidade para baixo”.
Diversos fatores justificam o fato de o preço do petróleo ter mais do que duplicado nos últimos dois anos: a persistente instabilidade política instalada no Oriente Médio, envolvendo Israel, Iraque, Irã e, mais recentemente, Líbano, é um deles, embora não seja o principal. Esse fator estimula a especulação quando o mercado opera com estreita distância entre nível corrente de demanda e capacidade futura de oferta. Entender os motivos desse risco potencial de desequilíbrio entre oferta e demanda é a questão central para a compreensão desta escalada de preços.
Três grandes fatores exerceram pressão altista neste período recente: estoques relativamente baixos nos EUA, reduzidos investimentos realizados pelos países da OPEP e explosão da demanda na China e, em menor escala, na Índia.
Os níveis contraídos dos estoques norte-americanos foram uma das principais razões da forte pressão altista sobre os preços negociados no mercado futuro, uma vez que sinalizavam que o maior consumidor mundial de petróleo não lograva afastar-se do risco de desabastecimento. Esse risco parecia tão iminente que até uma temporada mais intensa de furacões no Caribe tinha desproporcional poder de alavancagem sobre o preço do produto.
Ao mesmo tempo, o baixo volume de investimentos em extração e refino de óleo, sobretudo no caso dos países-membros da OPEP, foi outro fator relevante de alimentação dos movimentos especulativos. Nos últimos anos, a utilização da capacidade instalada mundial andou bem próxima de seu limite. No caso das refinarias, essa utilização já superava os 95%.
A terceira razão foi a crescente demanda da economia chinesa. Só em 2004, as importações cresceram 40%. Ao lado das causas anteriores, a forte aceleração da demanda foi outro grande fator responsável pela rápida valorização do petróleo.
A resultante de tudo isso foi o estabelecimento de um canal, dentro do qual o preço evoluiu ao longo dos últimos dois anos. As oscilações no preço, determinadas por especulações que ganharam espaço com as instabilidades geo-políticas, fizeram a cotação evoluir ora na metade de cima, ora na metade de baixo da margem estabelecida. Em determinados momentos, a evolução caminhou ligeiramente fora desse canal, como entre 15 de abril e 15 de agosto últimos, quando o conflito bélico entre Israel e Líbano fez o preço “vazar” do intervalo previsto.
No mês passado, o preço do petróleo sofreu queda acentuada. É claro que a interrupção do conflito no Líbano não foi a única razão. O anúncio da descoberta de uma grade bacia no Golfo do México foi outro importante fator no sentido de reforçar essa desvalorização do produto, já que abre a perspectiva de maior equilíbrio entre oferta e demanda pelo produto em escala mundial.
Além disso, a alta dos juros internacionais nos últimos anos começou a fazer efeito, encarecendo o custo de sustentação do petróleo (e de qualquer outra commodity) e desaquecendo o nível de atividade global, a começar pela economia norte-americana.
Com isso, o preço do petróleo rompeu o piso do canal, que atualmente encontrava-se em US$ 66,8 por barril. A tendência, ainda indefinida, é de que ele busque se reacomodar alguns degraus abaixo, definindo um novo patamar. Por enquanto não há como se visualizar este novo canal. Nossa previsão é de um fechamento entre US$ 65 e US$ 70 o barril no final do ano (no canal anterior, se mantido, o fechamento se daria no intervalo de US$ 72 e US$ 77).
Determinado esse novo canal, as conseqüências para a economia mundial serão: (1) diminuição das pressões sobre o custo de energia e combustíveis em nível global; (2) menor probabilidade de um novo ciclo de alta da taxa de juros nos EUA; e (3) redução da volatilidade observada no mercado financeiro internacional nos últimos meses.Além das naturais conseqüências positivas deste cenário para o Brasil, cabe comentar que o petróleo foi colocado, na última ata do Copom, como um dos principais fatores de inibição do ritmo de redução dos juros (Selic) no Brasil. Logo, sob este novo cenário, reduz-se drasticamente a possibilidade de alta do preço doméstico da gasolina neste ano, removendo-se mais um obstáculo para que a política monetária seja menos restritiva.
Diversos fatores justificam o fato de o preço do petróleo ter mais do que duplicado nos últimos dois anos: a persistente instabilidade política instalada no Oriente Médio, envolvendo Israel, Iraque, Irã e, mais recentemente, Líbano, é um deles, embora não seja o principal. Esse fator estimula a especulação quando o mercado opera com estreita distância entre nível corrente de demanda e capacidade futura de oferta. Entender os motivos desse risco potencial de desequilíbrio entre oferta e demanda é a questão central para a compreensão desta escalada de preços.
Três grandes fatores exerceram pressão altista neste período recente: estoques relativamente baixos nos EUA, reduzidos investimentos realizados pelos países da OPEP e explosão da demanda na China e, em menor escala, na Índia.
Os níveis contraídos dos estoques norte-americanos foram uma das principais razões da forte pressão altista sobre os preços negociados no mercado futuro, uma vez que sinalizavam que o maior consumidor mundial de petróleo não lograva afastar-se do risco de desabastecimento. Esse risco parecia tão iminente que até uma temporada mais intensa de furacões no Caribe tinha desproporcional poder de alavancagem sobre o preço do produto.
Ao mesmo tempo, o baixo volume de investimentos em extração e refino de óleo, sobretudo no caso dos países-membros da OPEP, foi outro fator relevante de alimentação dos movimentos especulativos. Nos últimos anos, a utilização da capacidade instalada mundial andou bem próxima de seu limite. No caso das refinarias, essa utilização já superava os 95%.
A terceira razão foi a crescente demanda da economia chinesa. Só em 2004, as importações cresceram 40%. Ao lado das causas anteriores, a forte aceleração da demanda foi outro grande fator responsável pela rápida valorização do petróleo.
A resultante de tudo isso foi o estabelecimento de um canal, dentro do qual o preço evoluiu ao longo dos últimos dois anos. As oscilações no preço, determinadas por especulações que ganharam espaço com as instabilidades geo-políticas, fizeram a cotação evoluir ora na metade de cima, ora na metade de baixo da margem estabelecida. Em determinados momentos, a evolução caminhou ligeiramente fora desse canal, como entre 15 de abril e 15 de agosto últimos, quando o conflito bélico entre Israel e Líbano fez o preço “vazar” do intervalo previsto.
No mês passado, o preço do petróleo sofreu queda acentuada. É claro que a interrupção do conflito no Líbano não foi a única razão. O anúncio da descoberta de uma grade bacia no Golfo do México foi outro importante fator no sentido de reforçar essa desvalorização do produto, já que abre a perspectiva de maior equilíbrio entre oferta e demanda pelo produto em escala mundial.
Além disso, a alta dos juros internacionais nos últimos anos começou a fazer efeito, encarecendo o custo de sustentação do petróleo (e de qualquer outra commodity) e desaquecendo o nível de atividade global, a começar pela economia norte-americana.
Com isso, o preço do petróleo rompeu o piso do canal, que atualmente encontrava-se em US$ 66,8 por barril. A tendência, ainda indefinida, é de que ele busque se reacomodar alguns degraus abaixo, definindo um novo patamar. Por enquanto não há como se visualizar este novo canal. Nossa previsão é de um fechamento entre US$ 65 e US$ 70 o barril no final do ano (no canal anterior, se mantido, o fechamento se daria no intervalo de US$ 72 e US$ 77).
Determinado esse novo canal, as conseqüências para a economia mundial serão: (1) diminuição das pressões sobre o custo de energia e combustíveis em nível global; (2) menor probabilidade de um novo ciclo de alta da taxa de juros nos EUA; e (3) redução da volatilidade observada no mercado financeiro internacional nos últimos meses.Além das naturais conseqüências positivas deste cenário para o Brasil, cabe comentar que o petróleo foi colocado, na última ata do Copom, como um dos principais fatores de inibição do ritmo de redução dos juros (Selic) no Brasil. Logo, sob este novo cenário, reduz-se drasticamente a possibilidade de alta do preço doméstico da gasolina neste ano, removendo-se mais um obstáculo para que a política monetária seja menos restritiva.

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