Em que apostar após a crise?
Desde o dia 23 de julho até ontem, o índice Ibovespa já caiu 17,2%, o que corresponde a 10 mil pontos em dezoito pregões. A taxa de câmbio, neste período, saltou de R$ 1,84 para R$ 2,09 por dólar, uma elevação de 13,3%. Dentro do mesmo movimento, o risco-país do Brasil subiu 35,5%, enquanto a média dos mercados emergentes se elevou em 38,0%.
A crise dita do “mercado imobiliário” norte-americano se prenunciava há bastante tempo. Os chamados “pessimistas” já a esperavam desde o primeiro semestre de 2006 (e ficaram “falando ao vento” desde então), pois desde 2005 a bolha formada nos preços dos imóveis, inchados por um longo período de juros a 1% ao ano, já era visível.
Enfim, o estouro da bolha chegou. Na cultura cibernética, representou nada mais do que um “game over” de uma partida virtual. Agora o jogo será outro.
A estratégia, agora, deve ser montada em cima dos fatos que pautaram, nos últimos dias, muitas tensões, turbulências e volatilidades. O gatilho foi o mercado de crédito imobiliário, que gerou a crise no financiamento “subprime”. Mas a crise é muito mais do que isso, e é pensando assim que vamos entendê-la melhor.
O abalo nos retornos do Countrywide Financial, maior empresa norte-americana de hipotecas e financiamento imobiliário, atingiu os dois lados do Atlântico. Fundos do Bearn Stearns e do BNP Paribas sinalizaram a intensidade do golpe. Os Bancos Centrais dos EUA e da Europa injetaram liquidez para evitar contágios sucessivos.
Ainda não há como se ter certeza de que a liquidez injetada pelos Bancos Centrais já ocorreu em escala suficiente para estabilizar as perdas impostas pela repentina escassez do crédito, até então farto. Portanto, ainda não se sabe se estamos no meio da ribanceira, ou prestes a alcançar o vale. Novas quedas fortes ainda são bastante prováveis neste cenário de volatilidade intensa.
No novo game que se inicia, enquanto os ativos se reassentam, a próxima jogada é tentar antecipar a intensidade do contágio via taxa de câmbio.
Sem cerimônia ou preocupações com os “abalos psicológicos”, o câmbio atropelou a barreira de R$ 1,90 e, logo em seguida, também a de R$ 2,00. Só no dia de ontem varou de R$ 2,02 para R$ 2,09; com direito a passar boa parte da quinta-feira acima dos R$ 2,12.
Com a mesma rapidez que subiu poderá cair, de novo, se o mercado perceber que a perda de rentabilidade de grandes fundos de investimento - nos EUA, na Europa e na Ásia - tenha sido eficazmente drenada.
Se não houver a certeza de que muito em breve o Federal Reserve vá reduzir os juros (o primeiro sinal foi hoje, com a redução do redesconto), e, assim, injetar mais liquidez na economia americana, o risco de novas perdas no mercado global continuará existindo. Caso seja este o jogo, persistirá uma forte volatilidade cambial para o Brasil em torno do patamar no qual o dólar é precificado frente ao real hoje.Contudo, um terceiro jogo pode ser iniciado. Esse seria o mais difícil de todos, com um contágio expressivo da economia asiática (lembrem que a bolsa de Xangai quadruplicou nos últimos 18 meses), podendo levar a uma desaceleração forte em economias como a coreana e, no que seria o cenário mais grave de todos, a chinesa. Neste caso, seria um “hard landing” global, com forte impacto sobre a taxa de câmbio brasileira, e com os fluxos comerciais do país afetados não só por uma menor demanda internacional, como ainda pelo derretimento dos preços das commodities minerais.
A crise dita do “mercado imobiliário” norte-americano se prenunciava há bastante tempo. Os chamados “pessimistas” já a esperavam desde o primeiro semestre de 2006 (e ficaram “falando ao vento” desde então), pois desde 2005 a bolha formada nos preços dos imóveis, inchados por um longo período de juros a 1% ao ano, já era visível.
Enfim, o estouro da bolha chegou. Na cultura cibernética, representou nada mais do que um “game over” de uma partida virtual. Agora o jogo será outro.
A estratégia, agora, deve ser montada em cima dos fatos que pautaram, nos últimos dias, muitas tensões, turbulências e volatilidades. O gatilho foi o mercado de crédito imobiliário, que gerou a crise no financiamento “subprime”. Mas a crise é muito mais do que isso, e é pensando assim que vamos entendê-la melhor.
O abalo nos retornos do Countrywide Financial, maior empresa norte-americana de hipotecas e financiamento imobiliário, atingiu os dois lados do Atlântico. Fundos do Bearn Stearns e do BNP Paribas sinalizaram a intensidade do golpe. Os Bancos Centrais dos EUA e da Europa injetaram liquidez para evitar contágios sucessivos.
Ainda não há como se ter certeza de que a liquidez injetada pelos Bancos Centrais já ocorreu em escala suficiente para estabilizar as perdas impostas pela repentina escassez do crédito, até então farto. Portanto, ainda não se sabe se estamos no meio da ribanceira, ou prestes a alcançar o vale. Novas quedas fortes ainda são bastante prováveis neste cenário de volatilidade intensa.
No novo game que se inicia, enquanto os ativos se reassentam, a próxima jogada é tentar antecipar a intensidade do contágio via taxa de câmbio.
Sem cerimônia ou preocupações com os “abalos psicológicos”, o câmbio atropelou a barreira de R$ 1,90 e, logo em seguida, também a de R$ 2,00. Só no dia de ontem varou de R$ 2,02 para R$ 2,09; com direito a passar boa parte da quinta-feira acima dos R$ 2,12.
Com a mesma rapidez que subiu poderá cair, de novo, se o mercado perceber que a perda de rentabilidade de grandes fundos de investimento - nos EUA, na Europa e na Ásia - tenha sido eficazmente drenada.
Se não houver a certeza de que muito em breve o Federal Reserve vá reduzir os juros (o primeiro sinal foi hoje, com a redução do redesconto), e, assim, injetar mais liquidez na economia americana, o risco de novas perdas no mercado global continuará existindo. Caso seja este o jogo, persistirá uma forte volatilidade cambial para o Brasil em torno do patamar no qual o dólar é precificado frente ao real hoje.Contudo, um terceiro jogo pode ser iniciado. Esse seria o mais difícil de todos, com um contágio expressivo da economia asiática (lembrem que a bolsa de Xangai quadruplicou nos últimos 18 meses), podendo levar a uma desaceleração forte em economias como a coreana e, no que seria o cenário mais grave de todos, a chinesa. Neste caso, seria um “hard landing” global, com forte impacto sobre a taxa de câmbio brasileira, e com os fluxos comerciais do país afetados não só por uma menor demanda internacional, como ainda pelo derretimento dos preços das commodities minerais.
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